Bolhas de Fermi
As astrônomas Kelly Holley-Bockelmann, da Universidade Vanderbilt (na cidade de Nashville, Tenesse, EUA), e Tamara Bogdanović, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (Atlanta, EUA), chegaram a esta teoria a partir da observação das assim chamadas Bolhas de Fermi, duas bolhas gigantescas e difusas de raios-gama que estão emergindo do centro da galáxia, acima e abaixo do plano galáctico.
Atualmente, elas têm 25.000 anos-luz de comprimento. Acredita-se que o raio-gama que emitem seja resultado de colisão de partículas lançadas do centro galáctico em altas velocidades.
O que chamou a atenção das astrônomas foi que a borda das bolhas é bem nítida, o que sugere um evento bastante abrupto, e que teria ocorrido poucos milhões de anos atrás, período que corresponde também à idade de estrelas jovens no centro galáctico.
Segundo Holley-Bockelmann, “o gás foi perturbado pela passagem de uma galáxia satélite, e parte deste gás formou estrelas, enquanto o resto acabou sendo engolido pelo buraco negro, e as Bolhas de Fermi seriam o ‘arroto’ explosivo que o buraco negro lançou depois de ter lanchado o gás”.
Uma longa queda
A reconstrução da história do evento começa cerca de 13 bilhões de anos atrás, quando a pequena galáxia satélite disparou em direção ao centro da Via Láctea. À medida que caía, ia gravitacionalmente perdendo suas estrelas e matéria escura até se tornar um esqueleto do que era antes.
A pequena galáxia satélite, ou o que restou dela, teria atingido finalmente o centro galáctico da nossa galáxia alguns milhões de anos atrás, na forma de um buraco negro e um véu de estrelas e matéria escura.
Apesar de estar tão despida de sua matéria original, o que restou da galáxia ainda tinha massa suficiente para perturbar o gás que orbitava o nosso centro galáctico, fazendo com que parte dele explodisse em estrelas e o resto caísse no nosso buraco negro supermassivo, que teria então emitido o “arroto” explosivo na forma das Bolhas de Fermi.
Mas esta ainda não é toda a história: há ainda o destino do buraco negro central da galáxia satélite, que teria se ligado ao nosso buraco negro central e formado um buraco negro binário. O movimento do par binário teria arremessado milhares de estrelas que estavam por perto para longe. Segundo as pesquisadoras, estas estrelas estariam, agora,a 10.000 anos-luz de suas órbitas originais.
Com esta teoria, as astrônomas explicariam não apenas as Bolhas de Fermi, mas também o fato de que a região central da nossa galáxia tem poucas estrelas velhas, e tem vários aglomerados com estrelas novas.[io9, News Vanderbilt]
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